A civilização inca reverenciava divindades, para eles o deus mais poderoso era Wiracocha, seu criador e criador dos outros deuses, uma convicção politeísta, que inclui adoração à lua e ao deus Sol, que para os incas era o mais importante e responsável pelo bom desenvolvimento da agricultura e o mais cultuado pela civilização, inclusive, o Inti Raymi ou Festa do Sol que ocorre todo 24 de Junho (Solstício de inverno) é dedicado ao sol.
Durante anos, os incas dedicaram cultos e construíram templos a esses deuses, tais cultos envolviam sacrifícios entre outros rituais. Com a chegada dos espanhóis o cenário mudou, com a intenção de catequizar e impor na mente dos nativos a religião católica, o cristianismo, os templos existentes foram derrubados e em seu lugar foram construídas igrejas a fim de extinguir a crença nativa. Sacerdotes vieram da Europa para fundar suas igrejas, assim, a cidade de Cuzco no Peru possui influência de diversas ordens religiosas, dominicanos, jesuítas, mercedários, agostinianos e franciscanos.
Do processo de dominação e catequização somadas a mescla entre a crença colonial e andina surgiu as igrejas mais incríveis de Cuzco no Peru. Abaixo uma descrição das principais igrejas cusquenhas.
A maior e mais conhecida é a Basílica Catedral de Cusco, um dos pontos turísticos mais importantes da cidade. Sua fachada é de estilo renascentista e foi construída com mão de obra indígena no lugar onde era o palácio inca Sutur Wasi, a construção durou quase 100 anos até ficar pronta.
Possui duas capelas auxiliares, do lado esquerdo há a Igreja da Sagrada Família erguida no século XVIII, conta com seis altares laterais dedicados a seus respectivos santos a e a direita a El Triunfo, que é considerada a primeira catedral de Cuzco.
Encantadora por fora e com belíssimo interior barroco e plateresco, é conhecida como uma das mais belas das Américas, em parte pelos objetos que compõem seu interior: o altar principal é revestido com prata e é dedicado a Virgen Asunta ou de la Asunción a quem a Catedral foi dedicada; em frente ao altar maior se localiza o Coro de cedro, obra barroca que possui esculturas entalhadas representando mártires e santos, ao centro, se encontra a cadeira episcopal.
Famoso em todo Peru, o Senor de los Temblores (senhor dos terremotos), é a representação do cristo de cor negra, segundo versões dizem ser devido a fumaça das velas, outras contam que foi enviada da Espanha pelo Rei Carlos V como forma de os indígenas se identificarem com a imagem. É um santo venerado em Cusco, pois segundo os moradores foi o responsável por acalmar o terremoto de 1650.
A igreja é composta por rico e variado acervo de quadros da Escola Cusquenha, são pinturas do indígena Diego Quispe Tito, de Marco Zapata (Santa Ceia) e Bernardo Bitti, mestre italiano pintor do quadro La Virgen entre outras telas de autores desconhecidos. A fusão entre arte e religião, a mistura de estilos entre outras características fazem da catedral uma bela igreja.
A Catedral se localiza na Plaza de Armas de Cusco, há missas todos os dias a partir das 06h00, o atendimento é das 10h00 às 18h00. Visitas guiadas ocorrem no City Tour todos os dias que inicia às 14h.
Outro templo católico construído sobre um templo inca, o Amaru Cancha. A igreja pertence aos jesuítas, estes chegaram ao Peru alguns anos depois de Pizarro deparar-se com esta terra, por volta do ano de 1571.
Inicialmente foi uma capela, construída para os indígenas com o nome de Nossa Senhora de Loreto, com bonitos adornos em seu interior, e bela arquitetura, mas depois do grande tremor de 1650, sua estrutura foi totalmente mudada e ela foi demolida para logo em seguida ser reconstruída. Sua estrutura atual possui duas capelas em cada lado, a Capela da Virgen de Loreto, fica a esquerda, e do lado esquerdo esta a Capela de San Ignacio Loyola que hoje é o Paraninfo Universitário da universidade pública de San Antonio Abad.
Sua fachada é barroca, e a construção é toda em pedras cuidadosamente esculpidas, os retábulos mesclam o barroco plateresco com o churrigueresco. Em seu interior, o altar tem 21 metros de altura, talhado em madeira e revestido em ouro, nele há pinturas sacras de anjos e arcanjos entre outras telas, existe também um púlpito de madeira que possui relevo representativo de Cristo e quadros diversos, mas o destaque vai para a tela que retrata o matrimonio de Martín García de Loyola, sobrinho do fundador da ordem jesuíta, San Ignácio de Loyola, com a herdeira da coroa dos incas, Beatriz Clara Coya.
As missas são de segunda a sábado das 07h00 às 07h30 e das 17h00 às 20h00, aos domingos das 06h00 às 13h00 e das 18h00 às 20h00. A igreja está na Plaza de Armas ao lado da Calle Loreto (Intikijllu o callejon del Sol).
Narra à história do templo que em 1532 as terras e edifícios de domínio inca foram repartidos entre os colonizadores espanhóis, entre eles o Qoricancha que foi um templo dedicado ao deus Sol, local de grande riqueza, com estatua de animais em tamanho natural revestidas de ouro, seu nome vem do quéchua e significa “cercado de ouro”.
O contemplado com o edifício foi o irmão de Francisco Pizzaro, Juan Pizarro que doou o Templo do Sol Qoricancha à Ordem Dominicana, que o transformou no ano de 1534 no Convento Santo Domingo, o primeiro convento da ordem no Peru, que é mantido pela Ordem Dominicana em conjunto com o Instituto Nacional de Cultura (INC) de Cusco, o local deu espaço ao Museu Convento Santo Domingo – Qorikancha.
A igreja foi construída com pedra, e o edifício atual foi erguido na década de 50 após o terremoto que abalou a cidade. Três naves compõem o templo e suas paredes têm quadros e imagem de pintores importantes. Pequeno, porém bonito, o Altar Maior ampara um tabernáculo de prata com quadros em torno da imagem da Virgen del Rosario, as pinturas mais antigas retratam a vida de Santo Domingo de Guzmán.
O local é afamado ponto turístico de Cusco, e todos os dias há visitas guiadas para conhecer o Museu. Na porta de entrada há uma bela torre barroca, o primeiro lugar a que se tem contato é a Sala Recibo onde se tem uma noção geral do que encontrar no museu. Esta localizado na Plazoleta Santo Domingo.
Pertencente a Ordem dos Mercedários, a Igreja e Convento de La Merced é considerada uma das primeiras congregações de Cusco. A igreja e convento foram fundados por Riña Sebastián de Castañeda, a construção data do século XVI e o terreno foi doado por Francisco Pizarro, a edificação mescla estilos diferentes em seu interior, o neoclássico e o barroco cusquenho.
O altar é neoclássico e no centro dele há a imagem da Senhora da Misericórdia, acompanhada pela Cruz del Padre Urraca que esta mais atrás e do Senhor de Huanca, santo cusquenho, que nasceu da mescla entre as crenças. Abaixo da cripta se observam os restos do irmão de Pizarro, Gonzalo Pizarro, o sócio do invasor Diego Almagro e o filho deste.
O Claustro Maior ou Primeiro Claustro é a expressão do barroco cusquenho da igreja, feito em pedra com um desenho que lembra a madeira talhada e em toda sua extensão é ladrilhada conferindo ao local grande beleza. Nele se encontram telas que representam a vida de San Pedro Nolasco, o fundador da ordem dos mercedários.
A riqueza da igreja se completa com seus belos retábulos, telas do século XVII e pinturas de Bernardo Bitti e Diego Quispe Tito que são encontradas em suas colunas e paredes.
A igreja conta com um museu no qual ficam expostas telas, joias litúrgicas e a mais importante peça, a Custodia de la Merced, obra barroco-renascentista que mede 1.2 metros de altura e pesa 22 kg elaborado em ouro com brilhantes como diamante, ametistas, esmeraldas e rubis encravados em seus desenhos.
Essas características fazem jus ao seu titulo de Patrimônio Cultural da Nação e de Monumento Artístico coroado pelo Instituto Nacional de Cultura (INC) de Cusco, ganhou o titulo de Basílica Menor do Papa Pio XII em 1946.
O endereço do templo é Calle Mantas, 121 a uma quadra da Plaza de Armas. Fora dos horários de missa o museu atende de Segunda a Sábado das 08h00às 12h00 e das 14h00 às 17h30.
Localizada na Plazoleta de San Blas, a pequena Igreja é modesta, mas tem seus atrativos, a começar por sua localização, no bairro de San Blas também conhecido como Bairro dos Artistas. Ela abriga o famoso El Púlpito, talhado em cedro, com detalhes sacros é peça única do período colonial.
Sua história remonta ao século XVI, quando começou como uma paróquia de índios, sendo reerguida no século seguinte, a igreja é de construção simples em adobe e pedra lavrada, conta com uma nave e esta disposta em cruz latina. Modesta por fora, porém com belíssimo interior, o altar é barroco talhado em cedro com ricos detalhes e folheado a ouro.
Como em toda igreja de Cuzco aqui não faltam pinturas, o destaque vai para a série do pintor cusquenho Fabián Pérez de Medina, a qual representa os milagres e a vida de San Blas.
O templo é Patrimônio Cultural da Nação e Monumento Histórico Artístico. As visitas podem ser feitas de Segunda a Sábado das 09h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00, esta incluída no circuito religioso.
Sua fundação ocorreu em 1645 pelos padres franciscanos. Localizada na praça de mesmo nome a igreja é de construção simples possui apenas uma torre românica, em cruz latina e três naves. Com característica plateresca, a construção é com pedra andesita, mas seu interior não deixa a desejar.
O altar principal é de gesso, em estilo neoclássico e abriga a imagem de San Francisco de Asís e da Imaculada Concepción. Antes eram altares barrocos, mas no século XIX foram levados para outra igreja, a de San Jerónimo.
O Coro Alto é a obra mais relevante da igreja, talhado em cedro pelas mãos dos padres da ordem contém 93 imagens de santos católicos, na igreja há também um órgão alemão. Seu claustro é renascentista com outras influências, ele e toda a igreja estão decorados com quadros de autores anônimos de estilo tenebrista e maneirista, pertencentes a diferentes épocas.
Ao lado da igreja esta o Convento franciscano, construído após o terremoto de 1650, atualmente, seu segundo claustro é o Colégio de Varones San Francisco, para garotos, pois em Cusco a divisão entre colégios por gênero ainda é comum, o primeiro claustro é a Sala Capitular que contém pinturas sobre a vida de San Francisco, o terceiro é o claustro do noviciado, existia um quarto que foi destruído.
Localizado acima das escadas que levam ao convento há a gigantesca tela de doze metros de altura e nove de largura, a Árbol Genealógico de la Orden Franciscana (Árvore Genealógica da Ordem Franciscana), pintado pelo artista Juan Espinoza de lós Monteros em 1699, que contém 683 figuras, 224 armas e escudos mais 203 lendas sobre as figuras religiosas da ordem franciscana.
Agora que conhece um pouco da história das 06 igrejas mais incríveis de Cuzco no Peru, é hora de visitar pessoalmente, a cidade de Cusco no Peru é um museu a céu aberto, venha conhecer esta maravilha peruana.
Saiba que o maior perigo de se conhecer o Peru é se apaixonar pelo país e querer ficar mais e mais no lugar. O que está esperando para visitá-lo e se surpreender com a beleza e com os encantos peruanos? Na volta, conte pra gente o que achou da experiência em Machu Picchu nos comentários!
Texto : por Édina Alves – Google+
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