Os chamados “geoglifos” de Nazca são imensos desenhos criados a partir da remoção de pedras no solo do deserto, formando linhas de dezenas ou centenas de metros de comprimento, muitas delas criando figuras reconhecíveis como beija-flores, lhamas, macacos e até hominídeos rudimentares. O clima árido, quase sem vento e o isolamento da região como um todo fez com que a maioria das linhas fosse preservada até os dias de hoje. O solo avermelhado, rico em óxidos de ferro (ou minérios de ferro, simplesmente), tinha sua superfície de cascalhos removida no traçado das linhas, deixando exposta uma camada esbranquiçada e criando um enorme contraste.
Uma das atrações mais conhecidas do Peru e patrimônio mundial pela UNESCO desde 1994, as linhas de Nazca sempre foram motivo de uma infinidade de teorias que as colocam como signos ou orientações de um antigo calendário local até sinalizações para extraterrestres que cruzaram (e talvez ainda cruzem) os céus da região.
A partir do Aeroporto de Nazca é possível realizar tours aéreos pela região das linhas – os voos duram cerca de 35 minutos, geralmente em aviões de pequeno porte, para cinco ou seis pessoas apenas. A maioria das excursões inclui guias e um vídeo anterior ao voo, explicando a lenda por detrás das linhas, sua origem e sua importância.
Os voos passam sobre diversos geoglifos, introduzindo teorias a respeito de seu significado e lendas locais a respeito de cada uma delas. Também são sobrevoadas linhas geométricas que lembram rudimentares pistas de pouso, as quais teriam sido aeroportos para civilizações extraterrestres, na célebre interpretação do escritor suíço Erich Von Däniken em seu best-seller “Eram os Deuses Astronautas”, de 1968. Däniken criou inúmeras teorias a respeito da influência de extraterrestres sobre civilizações antigas, entre elas a cultura Nazca.
Inclusive, para criar uma aura ainda mais forte sobre as teorias de Däniken, a maioria das excursões aéreas passa por sobre a impressionante figura do “astronauta”. Embora muitos considerem que a figura humana, situada no topo de um pequeno morro, seja um xamã, a imagem lembra de fato um piloto em um cockpit, que sugere a ideia do extraterrestre ou visitante cósmico. Ponto para Däniken.
Inúmeras outras figuras ainda são cobertas pelos passeios aéreos: o macaco, a raposa da costa, o colibri, a aranha, o condor e muitas outras. Os voos custam entre US$ 150 e US$ 200 por pessoa na maioria das vezes e o tour é geralmente feito apenas em língua espanhola.
Reserve com antecedência, pois os números de voos são restritos e depende do clima, já que alguns meses do ano são de temporada de ventos fortes.
Nas escolas sempre vemos alguma coisa a respeito da civilização inca, que chegou a manter um império que ocupava quase toda a parte central e sul da cordilheira dos Andes. Contudo, muitas outras civilizações passaram e se desenvolveram no Peru. Uma delas foram os próprios Nazca, aos quais é atribuída a autoria das misteriosas linhas.
A civilização Nazca surgiu quase 300 anos antes de Cristo e teve seu apogeu entre os anos 100 a.C. e 800 d.C. Embora sejam mais conhecidos pelas linhas, os Nazca desenvolveram um impressionante sistema de aquedutos subterrâneos para criar uma rica agricultura na época no Vale do Nazca. Quem visitar a região também não deve perder as incríveis pirâmides do complexo cerimonial de Cahuachi, algumas das mais antigas das Américas. A exemplo do Vale dos Reis do Egito, o complexo em Cahuachi era não apenas utilizado para a realização de uma vasta gama de cerimônias dos Nazca, mas também para sepultamentos e tumbas.
Texto : Machu Picchu Brasil no Google+
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